O aumento das mamas se faz por implantes de silicone e as cicatrizes já não são importantes como no caso das mamoplastias redutoras. Ao contrário, são cicatrizes muito pequenas e pouco importantes, salvo nos casos em que associa-se redução mamária aos implantes de silicone.
Mas analisemos melhor essa cirurgia: serve para pacientes que têm mamas pequenas e querem aumentá-las e servem também para os casos de mamas pequenas e caídas. Ao aumentá-las com o implante de silicone, pode-se corrigir o pequeno volume e ao mesmo tempo a “queda mamária”, indesejável, com ou sem retirada da pele excessiva.
Silicone: o que é o implante e quais suas implicações?
O “implante de silicone”, é a colocação de uma prótese fabricada por empresas especializadas, que tem o envoltório de silicone sólido (da consistência de um “saco” plástico) preenchido com silicone em gel, uma espécie de gelatina.
A fabricação, qualidade e desempenho deste produto, é de responsabilidade das empresas especializadas que tem que atender às normas do Ministério da Saúde e lá serem registradas, para vendê-las no mercado.
Este silicone em gel, que preenche a prótese, antigamente era um “líquido’ grosso e viscoso, que escorria quando o envoltório externo se rompia.
Hoje, este preenchimento foi substituído pelo gel coesivo, uma evolução da indústria, que fica restrito ao lugar onde está mesmo que haja ruptura do envoltório. E esta ruptura parece menos provável porque estão sendo fabricados envoltórios mais resistentes.
E como pode o envoltório romper-se?
Dificilmente ele se rompe por trauma (uma batida ou apertão). É muito resistente, mais talvez que os próprios tecidos humanos que o revestem. Entretanto, nos implantes antigos (até aproximadamente 1990), a prática mostrou que depois de vários anos, o envoltório da prótese se “dissolvia” espontaneamente no corpo humano.
Com esta ruptura espontânea da cápsula, aquele silicone – gel antigo (não coesivo como é atualmente) escorria e se entranhava nos tecidos vizinhos, migrando às vezes para regiões mais distantes.
Naquela época que foi levantada a hipótese de que o silicone poderia levar a outras doenças e vários países aboliram seu uso, total ou parcialmente, e começaram a estudar a questão.
Hoje, mais de 20 (vinte anos) depois, é consenso mundial de que não há qualquer correlação comprovada de aumento da possibilidade de câncer ou qualquer outra doença pelo uso do silicone e todos que temeram por algum tempo o silicone, voltaram a usá-lo com tranquilidade.
Apesar do uso do silicone coesivo e do revestimento da prótese mais espesso, nenhum médico pode garantir que esta cápsula não se romperá no decorrer dos anos, como ocorreu anteriormente. Entretanto, como os recursos de imagem são muito precisos hoje em dia (tomografia computadorizada, mamografia, ecografia e ressonância magnética), podemos detectar com precisão quando uma cápsula se rompe.
No nosso serviço, não adotamos a ideia de que o “silicone deve ser trocado de tantos em tantos anos”. Achamos que o paciente deve ser esclarecido da possibilidade de que ele se rompa espontaneamente, haja visto a experiência anterior, mas que se isso ocorrer, será detectado pelo acompanhamento radiológico dos exames preventivos. Se constatada a ruptura da cápsula da prótese, é providenciada sua troca.
Não posso deixar de abordar, neste capítulo, a questão das contraturas capsulares.
O que é contratura capsular?
Trata-se da formação de uma “capa” cicatricial, que o organismo faz em torno de toda a prótese, isolando-a. Normalmente ela acontece, sempre que implantamos um corpo estranho no corpo humano, como é o caso silicone.
Quando esta cápsula é muito forte e constritiva, segundo a reação individual de cada organismo, a mama aumentada torna-se dura e com forma alterada, em intensidade variável dependendo do grau desta contratura.
Estas contraturas antigamente estavam presentes em mais de 40% dos pacientes submetidos a essa cirurgia e em diferentes graus de intensidade. Hoje, com estas próteses modernas, se tornaram insignificativamente frequentes, sendo presentes em apenas 0,5% dos casos, e ainda assim em graus de contratura muito leves. Isso nos leva a supor que aquelas contraturas eram causadas pelo vazamento do silicone, embora alguns cirurgiões acreditem que a superfície mais rugosa do implante também contribua para melhores resultados.
As vias de acesso para esta cirurgia são:
- Axilar;
- Peri-areolar;
- Trans-areolar, descrita por Pitanguy;
- Sub-mamária.
Em nosso serviço utilizamos qualquer uma delas, dependendo da indicação de cada caso, em decisão tomada conjuntamente com o paciente. De um modo geral evitamos a via de acesso axilar, por considerá-la a menos adequada por uma série de fatores técnicos e principalmente por ter um pós operatório muito doloroso, ao contrário do que ocorre nas outras incisões onde a cirurgia é praticamente indolor.
Os implantes de silicone e os exames preventivos das doenças da mama.
É uma preocupação constante dos pacientes saber se o silicone impede o exame preventivo das doenças da mama.
Isso inicialmente era fato, entretanto os radiologistas desenvolveram incidências próprias dos raios x, para se estudar as mamas que tem silicone e superaram esse problema. Além disso, surgiu a ressonância magnética das mamas, um dos exames mais completos para se estudar os tecidos mamários, que somada à mamografias mais modernas dão grande segurança aos exames preventivos, mesmo com os implantes de silicone.
A relação custo-benefício dessa cirurgia:
Considero as mamoplastias de aumento puras, sem ressecações de pele, uma das cirurgias mais interessantes da cirurgia estética, devido aos resultados bonitos e o pequeno “custo” das cicatrizes. São cicatrizes pouco importantes com aproximadamente 3,5 cm., qualquer que seja a via de acesso escolhida. A relação custo benefício é muito favorável para o paciente.