Procedimentos minimamente invasivos ou cirurgia plástica?

Neste momento, o mundo desfruta da chegada dos procedimentos estéticos minimamente invasivos, um conjunto de técnicas que oferecem dano físico mínimo ao cliente saúde e um resultado próximo ao da intervenção cirúrgica convencional. Portanto, com a oferta no mercado de preenchimentos faciais, um método menos agressivo e que proporciona o efeito desejado, a cirurgia plástica da face tende a desaparecer? Não é o que pensa um dos precursores da cirurgia plástica em Brasília, o cirurgião plástico Dr. José Carlos Daher.

A medicina cirúrgica e a minimamente invasiva não competem entre si, mas, de acordo com Dr. Daher, representam mercadorias e ciências diferentes, que tiveram distintas épocas de ouro e, atualmente, ocupam lugares e momentos diversos na vida do cliente saúde que busca manter sua jovialidade. Para compreender como funciona a associação das técnicas, é preciso recuperar as mudanças que o conceito de envelhecimento sofreu.

Durante os anos 1960 e 70, ocorria o boom da cirurgia plástica no Brasil, introduzida “pelas mãos e palavra” do cirurgião plástico Dr. Ivo Pitanguy, com quem Dr. Daher trabalhou. A ritidoplastia era a cirurgia que eliminava o que até então se entendia por envelhecimento: as rugas. Por meio do descolamento e tração da pele do rosto, retirava-se os sinais do cliente saúde entre seus 37 e 41 anos.

Envelhecer, no entanto, não se refere mais somente ao surgimento de rugas, mas também à queda das estruturas e perda do volume da face. A recente definição de envelhecimento agora leva em consideração o contorno cavo dos olhos (olheiras profundas), o aparecimento do “bigode chinês” (traços que ligam o nariz à boca) e o emagrecimento das maçãs do rosto, entre outros sinais. E, para dar conta desses novos problemas, a cirurgia plástica da face precisou de auxílio.

Segundo Dr. Daher, a recuperação da jovialidade depende da associação de preenchimentos e retiradas de volume em locais específicos, o que não se resolve somente “puxando a pele”. O preenchimento facial com ácido hialurônico, por exemplo, ocupa os sulcos e rugas do rosto. Enquanto a aplicação da toxina botulínica (o popular “botox”) paralisa os músculos, o que impede a formação das rugas de expressão. Há também os lasers, que retiram manchas e até tatuagens, e os peelings, voltados para melhorar a textura da pele.

No entanto, os procedimentos minimamente invasivos são alternativas iniciais, que cumprem o papel de protelar a realização da cirurgia plástica da face para quem deseja envelhecer bem. Com o passar do tempo, o cliente saúde atinge uma idade em que a aplicação de preenchedores e botox não adianta mais, porque, de acordo com Dr. Daher, “há uma desestruturação importante dos tecidos e ligamentos que sustentam a pele”.

E essa desestruturação só pode ser revertida cirurgicamente. Segundo Dr. Daher, a partir dos 50 anos de idade é recomendada a cirurgia plástica da face, para que o cliente saúde chegue aos 80 com uma aparência jovial. Assim, os procedimentos minimamente invasivos não representam ameaça à ritidoplastia, mas a antecedem até o ponto em que não podem mais contribuir. A medicina minimamente invasiva é aliada da cirúrgica no processo de manutenção da jovialidade.

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