Próteses realistas substituem orelhas deformadas

Técnica tem sido aplicada com sucesso em pacientes com microtia

Um em cada seis mil bebês que nascem no mundo têm microtia, uma anomalia congênita que faz com que uma ou duas orelhas sejam subdesenvolvidas.

Essas anomalias não têm causas conhecidas, mas são associadas a alterações genéticas, sendo que, em 90% dos casos, vêm acompanhadas de síndromes que causam deformidades em outras partes do corpo, como  face, coração, tórax, membros superiores e inferiores.

A doença é classificada em 4 graus de gravidade:

 – Grau I: existe o desenvolvimento normal do canal auditivo, mas  o pavilhão auricular é incompleto;

– Grau II: a orelha é parcialmente desenvolvida, mas com canal auditivo estreitado, resultando em considerável perda auditiva;

– Grau III: esta é a forma mais comum de microtia. Nela, o pavilhão auricular é ausente, apresentando somente uma pequena estrutura. O canal auditivo, bem como o tímpano, também não estão presentes;

– Grau IV: neste caso, não existe orelha nem canal auditivo.

O tratamento da microtia pode ser realizado de três formas: com a reconstrução com molde cartilaginoso, onde cartilagens e ossos do próprio corpo são utilizados, órtese, que é a inserção de uma prótese externa e a reconstrução de toda a orelha com um molde protético, que garante um nível de perfeição bem realista.

Segundo o cirurgião plástico e fundador do Hospital Daher, José Carlos Daher, a cirurgia tradicional, utilizando materiais corpóreos, é extremamente complexa, apresentando resultados discretos. “Dificilmente o profissional vai conseguir restabelecer o aparelho auditivo de forma perfeita. Mesmo assim é importante que a criança faça a cirurgia, já que qualquer melhoria vai impactar na autoestima”, aconselha. O médico também explica que essa cirurgia pode começar a ser feita a partir dos quatro anos de idade, quando a cartilagem da orelha já é estável o suficiente para a correção, mas, posteriormente, outras intervenções serão necessárias. “É importante fazer a cirurgia em três ou quatro tempos, para que o resultado fique mais próximo ao esperado”, explica.

Entretanto a substituição do processo cirúrgico por uma reposição total por meio de próteses ou órteses é a mais indicada pelo especialista. “É fundamental hoje em dia, como substituição, ao invés de cirurgia,  fazer a reposição total por prótese ou órtese. É possível desenvolver uma arte, já que os materiais plásticos são uma perfeição”, explica Daher.

Entre as vantagens indiscutíveis das próteses estão a rapidez, segurança e integração do molde ao canal auditivo, não representando nenhum desafio cirúrgico.

Entre as desvantagens estão a possibilidade da perda, que é mínima, e o fato de não mudar de cor com a variação das estações.

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